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Tenho uma formadora que é do pior que há.

Já a conheço há dois anos e às vezes as pessoas têm atitudes assim, como hei-se dizer: más. E depois até desculpamos porque pensamos: "Bem, se calhar a pessoa teve um dia mau." "A pessoa está a passar por uma má fase." Apesar de isso não desculpar nada, mas nós seres humanos tentamos uma justificação para a maldade (pelo menos eu sou assim).

Já passaram dois anos e a dita senhora mantém aquele perfil de sorriso glicodoce para todos à frente dos seus pares e depois quando nos apanha, os formandos, mais isolados é uma Cruela (queria dizer outro nome, mas os meus pais deram-me educação e ia ofender o bichinho).

Diz às pessoas que estão chumbadas e ainda nem fizeram a avaliação, só para as intimidar. Colegas dela já verbalizaram comigo para não contar determinados acontecimentos à Cruela, como terem se esquecido de algum material por lapso, ou seja, nem para as colegas a dita Cruela deve ser boa. Intimida e chama-nos quase de burros quando não acertamos em alguma questão. Não explica matéria alguma, só passa slides informativos e não ajuda ninguém a resolver questões. Mostra-se sempre indisposta por uma dúvida colocada. Os slides tem erros crassos de português que são repetidos slide, após slide. Não informa sobre nada atempadamente. Faz o que quer e dá na real gana. Será que esta pessoa tem a formação que diz ter? Será tudo insegurança de quem afinal não domina sobre o que fala?

Expliquem-me como uma pessoa destas vive o seu dia a dia? Feliz?

Não consigo entender. Só consigo sentir repulsa. Não lhe consigo sorrir, porque sei que os seus sorrisos são falsos. Não posso fazer queixa porque a dita senhora é conhecida por tudo e por todos e mesmo assim mantém-se a trabalhar. Alías, provavelmente haveriam retaliações, pois é o tipo de pessoa que o faria.

O que uma pessoa faz? Respira e pensa: em breve não a vou ver mais.

Mas depois também pensa: Caraças, vai infernizar mais umas quantas vidas e agregar mais ódios à sua volta. Se eu pudesse fazer algo. Mas o quê? Toda a gente conhece a sua forma de estar e trabalhar, como raio continua aqui? 

Por isso, sim, a Cruela existe e eu conheço-a (infelizmente)! 

Porque não se sai de uma profissão onde só se fazem greves?

Vejo a nossa profissão ser tratada com leviandade e leveza pela sociedade e acho que nunca ninguém se senta a explicar a nossa vida profissional.

Vamos lá. Vamos sentar-nos, ler e perceber.

Sou professora, não porque, como dizem as más-línguas, não tinha média para mais nada, ou não sabia fazer mais nada e foi o que segui. MENTIRA.

Sou professora porque assim o decidi aos 6 anos de idade. Dou aulas ao 3.º ciclo e ao ensino secundário.

Lembro-me do meu pai ver nas notícias os professores a queixarem-se de andar com a casa às costas e dizer-me: "Oh filha, é mesmo isto que queres? Pensa bem, ainda vais a tempo!" E eu respondi: "Sim, é isto. Não me imagino a fazer outra coisa."

E assim foi. Tirei a minha licenciatura em ensino de...

Adoro dar aulas, não adoro o que o Ministério nos faz.

Mas vamos começar a olhar ao microscópio esta vida de 3 meses de férias, sair mais cedo e ter um mês inteirinho de férias.

3 meses de férias: Não tenho. Terminam as aulas e temos de lançar notas, verificar avaliações, ter reuniões, corrigir exames nacionais, vigiar exames nacionais, mais reuniões, preparar o ano letivo seguinte com mais reuniões, fazer horários, constituir turmas, mais papelada que temos de preencher, inventários, etc, etc. Acreditem, a nossa vida é ocupada quando não há aulas. É verdade que pode ser às vezes mais leve, mas às vezes pode até ser mais dura, tudo depende do serviço que nos calha nesse ano.

Sair mais cedo: saímos mais cedo, dependendo dos dias. Há dias que temos o dia inteiro de aulas, 7h. Acreditem que é exaustivo. A voz, o esforço físico, o raciocínio. Muitas vezes chego a casa só quero silêncio, estou farta de barulho e gritos dos miúdos nos corredores e intervalos. Chego a casa e desmaio no sofá de cansaço. Para não falar das dores de cabeça em certos dias devido ao barulho e ao stress de gerir crianças sem educação nenhuma e sem noção nenhuma da realidade. Depois, quando efetivamente saio mais cedo aguardam-me testes para fazer, ou fichas, ou testes para corrigir, ou procurar informação para passar na próxima aula, ou construir projetos escolares que ou nos pedem, ou nos são impingidos. Os fins de semana a trabalhar e as noites a trabalhar ninguém vê. As horas extraordinárias, atrás de horas extraordinárias são caladas e silenciadas. Só a família e os amigos que sabem a minha vida é que me dizem, "realmente a sociedade não está preparada para perceber a carga de trabalho que vocês têm". Cheguei a ter a família reunida em casa e eu fechada num quarto a corrigir testes, sem conviver com os meus, porque tinha de ser. Eu tinha de entregar a avaliação.

O mês inteiro de férias: cá em casa há muitas queixas porque não podemos tirar férias noutra época do ano. É sempre na época alta. Viajar para longe está fora de questão. Vamos ali até ao norte passear ou aos algarves quando encontramos uma promoção. Ter férias e estar sozinha sem ninguém, pois o marido só pode tirar 2 semanas. Fácil este mês de férias, não acham? (estou a ser irónica, não posso deixar de o ser).

Casa às costas: nunca tive isso. Primeiro tenho uma boa média de curso, depois sempre morei perto de cidades grandes, a minha disciplina é das mais procuradas e o mais longe que estive foram 70 km (fazia 140 km diários). Bem, posso dizer que deixava um 1/3 do meu salário em combustível e portagens. 

Outras oportunidades de emprego: já tentei. Já tive negócio próprio. Já trabalhei em empresas. Recentemente tentei mudar de carreira e enviei currículos. Tenho mestrado e pós-graduação em outras áreas agarrada à minha licenciatura principal, mas que dá para ir trabalhar para uma empresa. Situação atual do nosso país: com 40 somos velhos. Ninguém me quer. Ou por ter demasiada formação, o que implica que o trabalhador vá pedir o salário de um sénior, ou não tenho o fator "C" como me disse um formador. "Sabes, April, por norma este tipo de trabalhos é só por connects." E eu engoli em seco, estava a fazer a pós-graduação para o boneco. Tive média de 17 valores. De nada me valeu.

Continuo a gostar da profissão? Sim. Gosto de dar aulas, adoro ensinar aos meus miúdos.

O que não gosto: a má educação, o estarmos em perigo porque os perigos à integridade física são salientes e gritantes na nossa profissão. Aqui há dias uma colega disse-me que no ano passado tinha um aluno que levava uma arma com ele para escola. Entretanto foi apanhado pela polícia, mas até lá foi muito stressante dar aulas a este jovem. O congelamento de carreira, onde sentimos que foi trabalho duro e ninguém reconheceu. Agora estão a tratar de resolver isso, finalmente. As ultrapassagens constantes no concurso de professores, onde pessoas menos graduadas e com menos tempo de serviço conseguiram efetivar há anos e eu só efetivei este ano, após 18 anos. Nas empresas ao fim de 3 anos, ou do 3 contratos é se efetivo. Na função pública como docente isso não existe. Estatuto trabalhador-estudante: só se estivermos a tirar algo relacionado com a educação, senão não temos direito às horas de isenção para ir à faculdade. Se tiverem dúvidas consultem o Estatuto da Carreira Docente, está lá. Salário. Acreditem, para a quantidade de formação e conhecimento que temos é muito mau. Para aquilo que aturamos é péssimo. Para a carga de horas extraordinárias que fazemos e ninguém vê? Acreditem, não vale o esforço. Se tiverem dúvidas vão ver a tabela salarial de um professor nos primeiros anos de escalão. Faltam 25 anos para me reformar, vou chegar ao 8.º escalão se não acontecer mais nada e se acabarem as vagas de entrada nos escalões, porque se continua assim só os amigos dos amigos é que sobem. Os outros simplórios, como eu e muitos, continuam na mó de baixo. Eu não fui talhada para dar graxa, lamento. E nunca chegarei ao topo, o 10.º escalão. Esqueçam lá isso. Porque deve, entretanto, acontecer mais umas tropelias à economia e o primeiro sítio a cortar é sempre na educação (e na saúde).

Sabem quantas pessoas no ano letivo passado tentaram ir dar aulas, sem habilitação profissional, na minha escola a matemática e desistiu? 4 - QUATRO. Isso mesmo, quatro pessoas. Foram e depois quando perceberam como era a vida de um professor ao fim de 1 ou 2 ou 3 dias desistiam. Foi assustador ver as pessoas irem embora, como o diabo foge da cruz.

Será que esta profissão é assim tão boa?

Para mim só tem uma coisa boa, pela qual me apaixonei: Ensinar. Ver olhos a brilhar pela descoberta de novos conhecimentos. O resto era dispensável. Mas não há profissões ideais e sabemos que todas têm os seus senãos. Esta é a minha.

Só peço respeito e compreensão.

Se a vossa profissão não é boa, lutem por vocês. Levantem-se e façam acontecer. Agora tentarem calar uma classe porque luta pelos seus direitos? Parece-me leviano.

Uma sugestão: se ser professor é assim tão cheio de regalias, deixem os vossos empregos e venham. Estamos a precisar de pessoas resilientes e cheia de garra como vocês! O ministério até está a efetivar pessoas sem qualificação profissional e só com habilitação própria.

Vamos? Cá vos espero! 

23
Out24

Duas pessoas

por April

Sabem quando nós batemos o olhar em duas pessoas e sabemos que elas têm tudo para ser um casal?

Eu andava com algo fisgado numa amiga, via um clima diferente, uma atmosfera diferente entre ela e um amigo nosso.

Mas ela tinha namorado e ele não tinha ninguém.

E fazia-me tanta confusão vê-la com o namorado, quando eu sabia que aquele olhar era tão diferente de quando ela olhava para o nosso amigo. Eu sentia algo no ar. Era uma química impressionante. Os olhares, os sorrisos, os gestos um para com o outro, o carinho. Mas nunca tiveram nada. Nunca passaram disso, sorrisos e olhares.

Havia uma faísca invísivel para muitos olhos, mas não para os meus.

Não quis interferir, não quis meter-me em algo, até porque ela era comprometida e ele não. Não queria ser causadora do caos e da desordem entre eles. Até porque poderia ser fruto da minha imaginação. Deixei que o destino se encarregasse de mostrar a verdade.

Passaram-se meses. Já não o vejo há tempos... A ela vou vendo.

Hoje ela chorou. Perguntei-lhe o que era. Depois de uma série de desabafos, vem aquele maior causador das lágrimas. "Ele faz-me falta! Já não o vejo há imenso tempo. Já não conversamos." 

Pensei: "Eu sabia!" E ao mesmo tempo preferia estar errada. Vê-la sofrer cortou-me o coração.

Ele agora tem alguém e ela mantém o mesmo namorado.

Às vezes o destino prega partidas nas pessoas. Elas vivem com medo do que os outros vão pensar, vivem com medo de magoar os outros e tudo é plausível e perfeitamente entendível. No lugar dela não imagino como me sentiria, nem quero imaginar. Mas uma coisa eu sei, fiquei desolada com aquelas lágrimas. E continuo a sentir-me de pés e mãos atadas, porque é algo que só eles podem resolver.

Perceber que duas pessoas se gostam e não lutam por isso dá-me angústia. É tão difícil encontrar o amor verdadeiro e quando ele surge na forma mais pura, não podem estar juntos. O destino parece que se senta num muro bem alto, a apontar para nós e a rir.

Quase parece uma novela, mas não é. Aconteceu bem frente aos meus olhos.

Se eu fosse a fada madrinha, não pensava duas vezes. Mas não tenho poder. Apenas observar duas pessoas que se amam a afastarem-se nos braços de outras.

22
Out24

Suga-se o tempo

por April

Nunca vos deu aquele momento de: Hoje despeço-me e vou fazer outra coisa?

Tem sido difícil. Não porque não goste do que faço, mas porque sinto que me falta tempo.

Queria tempo para escrever, para investir numa série de conhecimentos que tenho e ser outra coisa qualquer.

Ter uma empresa (já tive uma e sei a dor de cabeça que dá, mas também aprendi o que não fazer da próxima vez), ter uma equipa, viver de forma diferente.

Sei lá! Queria mesmo fazer algo diferente.  Conhecer pessoas diferentes.

Ter um círculo de amigos que não fosse o mesmo de sempre, que ninguém se encontra porque vive enfiado no trabalho e o sábado é a correr para o domingo, para depois se precipitar na segunda-feira.

Só queria mais tempo. Ter hobbies (este é um deles e irrita-me quando o tempo é me sugado e não posso vir aqui).

Queria respirar e não andar stressada de tempo em tempo. De minuto em minuto a pensar o que tenho para fazer a seguir.

Lembro-me de chegar da faculdade, mais jovem, e fazer o que me dava na real gana. Mesmo sabendo que depois tinha de estudar. Tinha tempo, mesmo tendo aulas quase o dia todo. Mesmo ajudando nas tarefas de casa, eu tinha tempo.

Agora o meu trabalho suga-me o tempo todo. Como se o tempo voasse mais rápido. Não saio com amigos como antes, todos estão embrenhados nos seus afazeres. Parece que perdemos os amigos, apesar de sabermos que eles ainda estão lá. 

Que sociedade esta que vive de golfada de ar, em golfada de ar?

Sinto-me a asfixiar.

Eu disse no início do blogue que ia trabalhar com entusiasmo e depois a burocracia iria dar cabo de mim. Aqui está o momento de perder o entusiasmo e vê-lo a ir-se embora por um cano bem fundo.

Respira!

Momentos vão e vêm, tento dizer a mim mesma. E oportunidades diferentes vão surgir.

Respira!

Largar tudo assim de repente, não é opção. Traçar um plano para mudar, parece-me muito bem.

Respira!

 

18
Out24

Estou a rir de mim

por April

Estou no outro blog: "Palavras em Flor" a escrever um suposto livro. Sempre tive vontade. Nunca tive coragem. A coragem apareceu.

Comecei hoje a escrever. Estou há duas horas a ler e corrigir e a ler e a corrigir. Pode ainda conter erros, desculpem-me.

Mas o mais interessante, estou intrigada pelo final da história que eu própria estou a criar.

Estou curiosa pelo próximo passo da Gardénia.

Será possível que os escritores também fiquem curiosos pelo próximo capítulo do seu próprio livro?

Ahahahah!

Nunca pensei que isso fosse acontecer. Estou a rir de mim até agora. Eu estou curiosa com a minha própria criatividade.

Escrever faz bem. Desanuvia os fantasmas. Ahhhh (suspiro fundo). 

Se puderem ler e deixar o vosso comentário, gostava de saber se estão a gostar até agora. Obrigada desde já! 

16
Out24

Dias de Chuva

por April

Há dias de chuva que nos marcam e deixam ora saudades e nostalgia, ora lembranças amargas.

Tenho alguns dias de lembranças amargas que preferia não ter vivido, mas são esses que nos fazem crescer como pessoas ou deixam marcas para sempre.

Lembro-me de ser criança, 4 anos provavelmente, e passar algumas tardes em casa de uma vizinha que tinha um bebé, e eu gostava muito de lá ir para poder ver o bebé, pois os meus "bebés" eram bonecos, eu não sabia como era um a sério. Adorava ver a dita vizinha a fazer as papas, a alimentar o bébe, a trocar a fralda. Parece que ainda me lembro dos cheiros da casa. Há um dia que fiz qualquer coisa, que não me lembro, talvez abraçar o bebé, talvez beijar, talvez agarrar, talvez um brinquedo que deixei cair, ou talvez barulho que possa ter acordado o bebé, não sei. Apagou-se da memória. Mas duas coisas sei, eu era apenas uma criança e sei que levei um estalo na cara, ficando sem perceber o que fiz de tão errado para a dita vizinha me ter batido. Abri a porta da casa e gritei a plenos pulmões pela minha mãe. E simplesmente chorava e soluçava, pois eu tinha tanto carinho por aquele bebé.

A minha mãe veio imediatamente buscar-me, pegou em mim ao colo. E há bem pouco tempo, lembrei-me que chovia. Que enquanto a minha mãe me carregava no colo, a caminho de casa, chovia sobre nós.

Isto marcou-me para a vida. Até porque voltou a acontecer algo semelhante, mas com contornos macabros, através de um familiar, ao ponto de nos deixarmos de falar, porque a mãe da criança inventou que eu beliscava e apertava a criança.

Mas que raio de carma o meu. 

Mas também me lembro dos dias de chuva dentro do carro do meu pai, onde ele me ensinava sobre os manípulos do carro, o que faziam, e para que serviam.

Lembro-me dos dias de chuva no 1.º ciclo e da minha capa laranja para a chuva. Ainda sinto o cheiro do plástico da capa.

Lembro-me de uma entrevista de emprego, onde apanhei uma molha bem grande e fui à entrevista com as calças todas molhadas, mas acho que ninguém dos RH reparou, era eu muito jovem, 23 anos, talvez. Fiquei com uma das vagas.

Lembro-me dos dias de chuva em que o meu avô paterno chegava da venda.

Lembro-me dos dias de chuva de quando fiz uma cirurgia que correu mal.

Lembro-me do dia de chuva do meu primeiro dia de aulas na escola E.B.2,3 e do chapéu de chuva verde escuro com cavalinhos.

Lembro-me dos dias de chuva, em que a chuva se confundia com as minhas lágrimas por alguma tristeza do momento.

Lembro-me dos dias de chuva em que ia com o meu avô paterno passear e haviam poças de água no chão e formigas de asa.

Lembro-me dos dias de chuva que traziam arco-íris e alegrias na escola.

Dias de chuva têm sempre algo para contar. Parece que se colam à memória.

04
Out24

Jantares a dois ou a solo?

por April

Ainda não decidi o que lhe chamar. Se jantares a dois ou a solo.

Vi um casal a jantar, junto a mim, o tempo todo em silêncio.

Trocaram meias palavras para comerem e depois passaram o jantar todo em silêncio a olhar para os telemóveis.

Aquilo doeu-me! Fico a pensar se algum dia chegarei a esse ponto labirintico de uma relação. Estar a dois e jantar a solo com o telemóvel.

Sem qualquer tema de conversa.

Bem, poderiam estar tristes por algo. Nunca saberei. Mas sinceramente, não foi o que pareceu. Pareceu indiferença. É triste quando chegamos aqui. Indiferentes a tudo e a todos os que estão à nossa volta.

Os telemóveis roubarem tanta atenção ao ponto de não falarmos com a pessoa que está à nossa frente. Parece que perdemos humanidade.

É isso mesmo. Humanidade. Estamos a perdê-la.

Não olhamos para o outro, ignoramos o outro, fazemos questão de tentar ferir o outro porque também estamos feridos. A era da tecnologia tornou as emoções demasiado tecnológicas, frias, afastadas do sentir e do pensar.

Às vezes imagino que se inventará uma bolha, também ela tecnológica, onde para se jantar e se estar à mesa, a confraternizar, essa bolha envolve a mesa e deixa de existir internet. A dita internet só regressará depois de acabarmos a refeição, pagarmos e irmos embora.

Será que poderia ser assim?

 


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