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Desabafos, pensamentos, coisas com demasiado sentido.
Sabem quando nós batemos o olhar em duas pessoas e sabemos que elas têm tudo para ser um casal?
Eu andava com algo fisgado numa amiga, via um clima diferente, uma atmosfera diferente entre ela e um amigo nosso.
Mas ela tinha namorado e ele não tinha ninguém.
E fazia-me tanta confusão vê-la com o namorado, quando eu sabia que aquele olhar era tão diferente de quando ela olhava para o nosso amigo. Eu sentia algo no ar. Era uma química impressionante. Os olhares, os sorrisos, os gestos um para com o outro, o carinho. Mas nunca tiveram nada. Nunca passaram disso, sorrisos e olhares.
Havia uma faísca invísivel para muitos olhos, mas não para os meus.
Não quis interferir, não quis meter-me em algo, até porque ela era comprometida e ele não. Não queria ser causadora do caos e da desordem entre eles. Até porque poderia ser fruto da minha imaginação. Deixei que o destino se encarregasse de mostrar a verdade.
Passaram-se meses. Já não o vejo há tempos... A ela vou vendo.
Hoje ela chorou. Perguntei-lhe o que era. Depois de uma série de desabafos, vem aquele maior causador das lágrimas. "Ele faz-me falta! Já não o vejo há imenso tempo. Já não conversamos."
Pensei: "Eu sabia!" E ao mesmo tempo preferia estar errada. Vê-la sofrer cortou-me o coração.
Ele agora tem alguém e ela mantém o mesmo namorado.
Às vezes o destino prega partidas nas pessoas. Elas vivem com medo do que os outros vão pensar, vivem com medo de magoar os outros e tudo é plausível e perfeitamente entendível. No lugar dela não imagino como me sentiria, nem quero imaginar. Mas uma coisa eu sei, fiquei desolada com aquelas lágrimas. E continuo a sentir-me de pés e mãos atadas, porque é algo que só eles podem resolver.
Perceber que duas pessoas se gostam e não lutam por isso dá-me angústia. É tão difícil encontrar o amor verdadeiro e quando ele surge na forma mais pura, não podem estar juntos. O destino parece que se senta num muro bem alto, a apontar para nós e a rir.
Quase parece uma novela, mas não é. Aconteceu bem frente aos meus olhos.
Se eu fosse a fada madrinha, não pensava duas vezes. Mas não tenho poder. Apenas observar duas pessoas que se amam a afastarem-se nos braços de outras.