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Calma e pára o baile que agora até sinto mais responsabilidade em escrever depois do "Destaque" do SAPO (perdoem-me, mas estou ainda um pouco embevecida pelo facto e a rebentar de orgulho, se calhar até nem é nada demais, mas deixem-me lá ser tolinha momentaneamente).
Ora bem, Rentrée - é disso que vim aqui falar.
Resumo de posts anteriores - Vaga para ocupar no emprego:
Fiquei com o emprego que queria, no local que queria. Ufa! Sofri durante as férias.
Quando recebi uma mensagem a dizer que tinha ficado colocada onde queria (pronto, pronto, vou revelar: sou professora) dei um grito no carro. O meu marido ia a conduzir assustou-se, a família sentada no banco de trás pensou que íamos ter um acidente e eu a chorar de alegria. Parecia cena de um filme de comédia romântica. Fiquei constrangida e a pedir desculpa à malta a noite toda pelo susto, mas pedi que me compreendessem pois estava numa ansiedade há semanas. Eles riam-se e aumentavam a cena só para me verem aflita. Malandros! (Amos-os!!!)
Chegada à escola na segunda-feira:
Fiquei a saber que vou ter os mesmos miúdos. Permitam-me: "Caraças, consegui!"
Eu já tinha uma estratégia toda escrita num papel caso ficasse lá.
O meu marido: "Mas porquê esse trabalho todo durante as férias se nem sabes que lá ficas e se ficas com os mesmos miúdos?" - pois, mas quando se gosta do que se faz até nas férias estamos a pensar na Rentrée e a conspirar que seja no mesmo sítio.
Eu adoro ver aqueles miúdos a superarem-se e adoro ainda mais ser eu o veículo da sua superação.
(Bolas, estou para aqui quase a chorar).
O pobre do meu marido triste pelas férias terminarem, eu ansiosa por regressar e ao mesmo tempo um misto de depressão pós férias. É uma dicotomia ser professor, quer-se ter férias e descanso, e ao mesmo tempo quer-se regressar. Pelo menos os que gostam (conheço mais colegas como eu).
A reunião geral de receção aos professores:
Caramba, há coisa mais bela do que vermo-nos todos outra vez? Distribuir beijos e abraços. Relembrar peripécias? Desconfio que não haja momento mais de alento do que este no início do ano letivo. Só mesmo o final do ano quando os miúdos nos agradecem e dizem que querem-nos para o ano como professores (os meus queriam fazem um abaixo-assinado - ri muito - não foi necessário a professorinha voltou).
Agora estamos em reuniões. Cada dia que me levanto para ir trabalhar é uma energia que penso: "Porque raio não me sinto assim o ano inteiro?" Vamos desmorecendo de cansaço, de burocracia em burocracia. Mas agora não quero pensar nisso, quero pensar nos meus miúdos e nas estratégias montadas para os levar ao sucesso. É ano de Exame Nacional senhores, deveras importante.
Esclarecimento:
Quando num post falei do meu chefe, é porque havia um horário que ele não sabia se ia colocar a concurso e se colocasse era essa a minha oportunidade de regressar (apesar de que o concurso dita as regras e podia sempre não me calhar). Regressei sim, suado, mas conseguido.
Os colegas analisaram e verificaram que iam precisar efetivamente de um horário completo já para este concurso de agosto. Isto de horários é mais complexo do que parece. Era para ser um horário de 15 horas, mas ao desdobrar turmas pode ficar-se com mais horas. A logística de uma escola é complicada. "Só quem está dentro é que sabe o que lá vai dentro". E os meus superiores são pessoas cinco estrelas e muito organizadas, mas este horário estava a dar dor de cabeça a toda a gente.
Muito entusiasmada por regressar onde tenho sido feliz nos últimos anos.
Feliz Ano Novo:
É nesta altura que sinto sempre a viragem do ano desde que me tornei professora. É quando começam novas oportunidades, vimos de cabeça descansada das férias, temos projetos novos para fazer acontecer, compra-se material escolar novo (my guilty pleasure), conhecem-se caras novas, revê-se as antigas (nem sempre, quando ficamos em outra escola), mudança de estação, ou seja, do calor para o frio, enfim, tudo o que exige uma mudança na vida.
Pela escola só se ouve entre docentes e não docentes: "Feliz Ano Novo!" ou "Bom Ano!"
Parece mesmo janeiro e eu adoro. Não há como não gostar deste carinho de comunidade de uma escola.
O melhor ainda está por vir:
O primeiro dia de aulas é sempre:
"Olha a Stôra!"
"Ficou cá outra vez, Stôra?" (com largo sorriso na cara)
Ou ainda não ter entrado na escola, mas pela vedação os miúdos dentro da escola vão me acenando e chamando. "Olá Stôra!" "As férias foram boas?"
É impagável o sentimento de gratidão que sentimos por termos dado tanto de nós a estes miúdos. É uma verdadeira recompensa: o carinho deles por nós.
Os meus miúdos!
Ansiosa pelo primeiro dia de aulas, já tinha dito?
Retrocedendo:
As férias foram boas. Acho que não apanhava um bronze (saudável) já há muitos anos. Tal foi a praia e a piscina que fiz este ano. Este ano foi à séria.
Deu para descansar.
Mal vi redes sociais. Foi mesmo família e livros. Televisão: "Salto de Fé!" - fiquei viciada, vinha para "casa" religiosamente (até é irónico) ver os episódios (RTP1, às 21h, viam?).
Percebi que posso ignorar a maldade se responder com bondade. Foi uma decisão que tomei durante as férias. Lembram-se do "Desadequadamente", pois bem, quem me responder mal, fizer mal ou falar mal de alguém à minha frente vou responder com bondade, dar a perspetiva positiva, dizer que não discuto pessoas, pode ser que o outro lado mude o mood. Está decidido. Quero lá saber da maldade dos outros. Quero o positivo. O lado bom. Eu sei que o lado mau existe, mas caramba, não o quero pra mim. Já me chega os infortúnios da vida, de saúde, económicos e por aí vai.
Que seja uma Rentrée cheia de momentos positivos, de aprendizagem e de dias felizes.
FELIZ ANO NOVO!!!