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Quantas vezes fui transparente e fiquei a perder com a minha transparência.
Quantas vezes contei informação minha profissional e alguém tirou vantagem e chegou primeiro.
Desta vez tentei ao máximo não partilhar informação sobre mim, sobre as minhas opções.
Até hoje. Até alguém questionar diretamente e eu saber que não podia esconder mais.
Não gosto nada de mentir ou omitir, mas desta vez para meu bem teve de ser.
Se vai resultar ou não, não sei. Mas preciso de um bom rumo profissional neste momento.
Preciso de me concentrar no meu projeto pessoal e para isso, o profissional tem de estar a correr bem também.
É tudo tão incerto. O que me causa só ansiedade e stress.
Só consigo controlar até certo ponto, depois fico nas mãos do destino ou de Deus.
Seja o que Deus quiser. E que o que Ele quiser, seja o melhor para mim.
Tive um bom feeling. Um feeling que o que eu queria que acontecesse, ia acontecer.
Lembrei-me de um episódio em criança, onde a minha professora primária sorteou um pequeno brinde entre os alunos.
E já em criança tinha uma mente sabotadora: "Não me vai calhar a mim. Só os outros têm sorte. Mas podia desta vez ser eu. Por favor, calha-me a mim o sorteio do brinde. Eu vou conseguir. Aquilo é meu. Eu vou conseguir. De certeza. Só pode. Aquilo é para mim." E para meu espanto o papelinho que foi tirado indicava que o brinde era para mim. Fiquei incrédula. Cheguei mesmo a pensar se aquilo tinha acontecido. Era eu uma criança e já tinha pensamentos derrotistas.
E esta semana, enquanto esperava por notícias profissionais, lembrei-me desse episódio. E pensei, "Vai acontecer. É para mim." E em seguida tenho um e-mail que indicava o que eu ansiava. Sorri.
E ao mesmo tempo nem podia acreditar. Existe uma esperança profissional no fundo do túnel.
Agora temos de aguardar pelas próximas novidades e pela próxima etapa.
Passinho a passinho.
E continuo a pensar no episódio de criança. Como nós, o nosso cérebro nos sabota de tal forma que acreditamos não sermos merecedores de determinado acontecimento.
Gosto de viver no positivo. Mas o problema dele é que quando caímos, é demasiado duro.
Deveríamos viver sem expectativas. Mas será que tem graça viver a vida sem esperar nada.
Aquela sensação de expectativas dá-nos alento. Alegria.
Viver sem essa emoção, será viver?
Depois podemos sofrer, é certo. Mas agora entra outra parte: saber lidar com isso. Com os nãos, com a derrota.
Também faz parte da vida. Processar e sobreviver ao que nos acontece ou gostaríamos que acontecesse e não aconteceu.
Prefiro viver na expectativa. Vive-se feliz. Mesmo que por breves instantes.
Permite mais criatividade, permite ter energia para levantar de manhã e fazer "coisas", manter projetos. Mesmo sabendo que corremos o risco de desabar num choro durante uma noite inteira, e contorcer-nos no sofá e não querar falar com ninguém nas próximas 24h.
Mas depois lambe-se as feridas e up, up. A vida prossegue para o próximo sonho, projeto, expectativa.
É assim que vejo. Talvez daqui a uns anos mude a minha perspetiva. Mas agora. Agora é isto que sinto.